Em QUATRO, a escuta é desafiada a abandonar a sua frontalidade habitual. A proposta nasce da vontade de explorar a espacialização sonora como linguagem expressiva, recorrendo à quadrifonia para dar corpo a composições que se constroem não apenas no tempo, mas também no espaço.
A ideia de som em movimento — que circula, atravessa, rodeia — transforma o concerto numa experiência física, onde o corpo do espetador é colocado dentro de uma arquitetura sonora mutável. O som deixa de ser plano e assume um comportamento tridimensional, criando camadas de profundidade, contraste e surpresa.
Esta imersão é amplificada por uma componente visual cuidadosamente desenhada. Ao longo do espetáculo são projetados vídeos concebidos especificamente para este fim, a par com imagens mais abstratas, criando um diálogo entre som e imagem. Esta narrativa visual reforça a atmosfera emocional de cada peça, sublinhando a relação entre movimento sonoro e paisagem imagética.
QUATRO não é apenas uma apresentação musical: é uma experiência sensorial que convida o público a uma escuta atenta, quase meditativa, abrindo espaço para a contemplação e para a descoberta de novas possibilidades de relação com o som e a imagem.